27 de agosto de 2010

ONDA

A minha linha
do horizonte caíu,
a onda parou
e o som
abafou o meu grito
que tropeçou desamparado
no teu abraço.
Espuma de fogo
que afaga o rolar
das minhas mãos no teu coração.
Afago-te,
envolvo-me em deliciosas
contemplações isentas de recordações.
Revivo,
crio abraçada ao teu ser
encostada à ombreira
da soleira da tua paixão...
Percebo a fuga do tremer
de adivinhações que engrandecem
o meu permanecer.
Vislumbro um novo horizonte
um novo confronto
com botões de ídolos.
Persigo a onda
a eterna onda que me persegue
desfaço-a na areia,
peneiro o teu olhar
o teu captar de sorrisos...
Sorrio...
Esboço-te um momento
com chagas abertas,
desertas de embrenhar o nevoeiro estridente.
A necessidade,
a vontade de descobrir
a ruptura inexistente entre nós
entardece-me a dor
que afinal não persiste...
Existe a vida,
existe o momento,
o pensar,
o chegar e o partir...
Enlaça-me o despertar
duma porção de fadiga
que me estafou.
Delenlaça-me
a fragância conhecida
por inoperância,
transplanta-me a alma
transfere-me a calma.
Palavras perdidas
desenhadas na areia
com rosto de maresia,
indica-me
sem tinta,
sem cor,
a verdadeira história de amor...

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