30 de junho de 2010

SOLUÇÃO

Cães que uivam,
ladram.
o som perturba-me
esgota-me...
Desfalece-me,
o soluço cansado
que elaborei durante o dia.
Dobrados,
sobre pedras aguçadas
outros sons resurgem.
Esses irresponsáveis!
Vozes revoltas,
que se arrastam,
motores toscos e agonizantes...
Parou!
Parou tudo!
Não cheiro mais sons.
Traço uma linha
na minha imaginação
e pinto-a.
Sonho olhá-la,
agora...
Sem som!
E o quadro
marcado no fim da linha
aguarda.
Ligo o som!..........


29 de junho de 2010

ESTAR CONTIGO


Estar contigo,
é como ancorar, num porto
onde o calor do sopro,
aquece a minha mente.
É como abraçar um mar,
que eu não conseguia ir.
É uma magnífica sensação
de sorrir,
a tudo que não existe...
É largar a corda da vida,
desprender,
trazer e colher...
É saber,
sem nunca esquecer
que o perder,
não permite.
É brincar,
é praticar,
é salvar.
É lavar,
e saborear o gosto brilhante
que a luz dos teus olhos,
me enlaça o carinho...
É clamar à onda
que bate na estrada,
duma enseada em fuga
É luta!
É o rachar da fechadura.
É grito que explode,
É travo fervente!
É o relembrar,
de tudo aprendido.
É o topo do jogo
sem lançar trunfos...
É amar!
É viver!
É saber estar,
e fluir...

26 de junho de 2010

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SOME PORTUGUESE WOMEN BORN +- 1930


Mulheres que arrastam os pés,
que não conduzem o leme,
que não pularam a sebe...
Que nem,
2 chás das 5,
serviram para debulhar o seu altar...
Mulheres que não aplaudiram o tempo,
que não apalparam o calor da noite,
que não possuem carisma...
Mulheres que pensam,
que o bater do talismã
que prendem junto ao peito,
lhes dá sómente,
uma falsa imitação
do subtrair da razão...
Mulheres que enfatuam
saudades mal geridas,
caturras,
obtusas...
Que merda merda de criaturas!!!
Que não quiseram engordar gerações futuras.

20 de junho de 2010

ALGUM AMOR


Alguma vez,
me deixaste de amar?
Alguma vez,
perdeste o sabor do meu perdão?
Ou será assim,
tão de mansinho,
quando te entregas a mim...
Que sinto,
um abrigo,
tão sózinho,
que perdeu o caminho...
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PURPLE RAIN


És tu,
meu cavaleiro de chuva roxa,
que marcas as passadas desta minha caminhada...
Senhor digno,
que carregas o peso da cor sem dor...
Apetece-me.
amar-te,
desejar-te,
esperar-te sem nenhum estandarte...
Nua e crua,
a verdade perdura,
e não tem cura...
De rastos,
com os pés gastos,
estendo-te então estas minhas mãos duras...
Chuva roxa,
que não és coxa,
estande-me uma estrada,
sem ser frouxa!

LUAS

Estava Ícaro ainda no rescaldo dumas quantas labaredas, mais rebeldes, que lhe
aqueciam o seu formoso traseiro, quando deparou com uma Lua deslumbrante, que
o perturbou na sua azáfama de sacudidelas de restos de cinzas, que teimosamente se
alapavam aos seus gestos dourados...
Lembrou-se então duma irrequieta bruxinha, que vivia do outro lado das serranias...
Como de deslumbre fantástico todo o Universo é concebido, agitou a sua telepatia, movida por alta energia e tocou-lhe à campainha.
Contou então à dita bruxinha, que ele sabia que possuía alma sadia, o encanto que então vira!
Sábiazita a pequenita lá no seu mundo de fantasia e agradada com tanta gentileza de tal ser, apressou-se a retratar esta imensa maravilha, para um dia lhe oferecer...

LUAS


Ao veres a bela,
e longa lua cheia
plena de brilhos,
irradiando o começo da noite...
Lembraste-te de mim!
Surpresa boa a minha,
de reconhecer em ti,
o que me espanta,
o que me encanta...
Como pérola tardia,
que sou da cor da lua,
rolei para ti,
levando-te o canto divino,
que dorme no meu leito...
Rodeio-te,
ladeio-te,
contorno-te, com cheiro de musa...
Enterro as minhas mãos no teu corpo,
deleito-me em ti,
com toque de sol,
captando a tua força,
a tua luz,
que me deslumbra,
e me dirige ao teu prazer...
Agradeço-te,
no teu compasso,
com trato de sereia,
que seduz,
e maneja o saber...
Aí a torre desvia,
e a tua luz forte,
capaz de me derrubar,
aquece-me então...
Derretendo o meu coração...

LUAS


Lua de cheiro negro,

olhar límpido,

brilhante e espansivo...

Onde o som,

penetra cálido e misterioso,

de encontro à emoção,

duma razão,

plena,

suave,

e lânguida...

Abraço desejado,

que marca a esperança,

de agarrar algo eterno,

que me choca por vezes,

mas que me apetece,

sorrir,

pedir,

e escorregar no ir...

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