14 de fevereiro de 2010

SUICÍDIO


Pouso as mãos,
ou antes,
ergo as mãos...
Despeço-me da mente,
antes porém,
tento decifrar o que ficou por decifrar,
puxar as linhas do desalinho,
da minha vida,
as cordas partidas,
da viola em que toquei o som do meu percurso...
Deparo-me com uma imensidão,
de agonias e despropósitos...
Não quero mais!
Não quero ver!
Não quero saber!
Sómente parar,
deixar-me ir...
Esquecer o ser,
perder o ter,
desaprender o saber...
Pouso as mãos,
ou antes,
ergo as mãos...
Dás-me um pedaço de pão?!...

6 de fevereiro de 2010

TEMOR

Temo o teu arrepio,
que é arredio...
Temo o meu arrepio,
que de tão forte o sentir,
não senti nada...
Sómente um estilhaço no peito...
Temo a tua força,
a tua dor,
a tua agonia,
que se torna em ira...
Ao mínimo estrebuchar,
de pétalas que caem ao sabor de lágrimas pesadas...
Temo o teu grito,
o teu silvo,
o teu tremor,
o meu tremor,
que sabe a pavor,
que me deixa sem cor...

TEMOR