24 de julho de 2010

TEOREMA DA CURA

Existem
sempre
dois patamares
de nuvens.
Existem
sempre
dois patamares
de terrugem.
Que
com ou sem
efeito nocivo
encobrem as nuvens...
Também
existem sempre
dois patamares
de esperança.
Um
em que se lança a lança,
outro,
que serve
para a matança.
Se
eu desfizer as nuvens,
espantar
a terrugem
e lançar a lança
na
direcção exacta,
sucede
então
que
a água brota
e
me indica o caminho.
E assim
conseguirei
suplantar
decisões,
afirmações,
sugestões,
arrebitar as poções
e
praticar
as
minhas opções...





EXISTE ÉDEN?

Esfrego
os olhos
de
tanto cansaço,
viro
o corpo
e
limpo
uma lágrima
que
perdura
junto a mim...
Olho o céu,
as nuvens
saltam
em correrias...
A
brisa traz
sons vadios
de miúdos
que
lá de cima
espevitam o dia...
Largas arvores
acendem
o lume
que
as irá
transportar
até
ao cume...
Os
olhos pesam-me,
a
boca seca-me
o ego cego
de quem
quer
estrear o
radiar
dum
pestanejar esquecido.
Só mesmo
o carregar
em pedais
desvanece
o
suplício
e
me obriga
a encontrar
o orifício...
Como seria
se
a saliva
partisse
à deriva....
Escrivã,
anciã

me agradaria
mesmo
era
trincar
uma maçã!
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mariamega2001@gmail.com

MELINHO

Se
do teu
canto
falasses
eu
emudeceria...
Se
me
estendesses
a
mão
eu
aceitaria...
se
a
preocupação
falasse,
talvez
a hora perdida
travasse
a
guerra
desta minha agonia.
Agora,
o mundo
vizualiza arco-íris
de papel.
Sabe-me
bem o teu mel
que
brilha e
me
entardece
o
meu mundo
que padece.
Mas acredita
que
ainda relembro
o
teu
cabelo
cor de mel...

OUT FAMILY

Penas
espetadas
rabos
virados para a lua,
aí vão eles
desertos
por
mais
um bom
prato de ração.
Enquanto
espremem
as esponjas,
bramam
e
barafustam
e
com
cara de melão!
Que situação
tão
isenta
de coração...
Nem
mesmo uma poção,
lhes
suaviza
as caras
de cão...
Que ladrar,
que pivete que inunda a nação.
Curvados
quase rastejam,
ávidos
de se
banharem em ódio.
Bem precisam
duns
tampões de clorofórmio.
Gentinha animalesca,
residente
em
circos fora de prazo.
Que atraso
Deus meu,
chega mesmo
a
ser rídiculo...
E
entre tiros
e
trovões,
dona trampa
circula
e já sem tampa.
Lamúrias insalubres
escutam-se
pelo corredor.
Entre loiças
e
pulgões
surgem
brincos
e afins...
Que
vazio,
que
podridão.
É
o caos da população.
E nem sabem
porquê,
mas
é
você
que de galho
em
galho,
encontrou o atalho
para
resolver
a
situação...


NOITE EM COLARES

A louca
grita
o cão
do lado
ladra,
o
outro

do outro lado
uiva...
Nada
se respeita.
Assusto-me!
Divagueio
no
mundo
novo de sensações.
Balanço
ao
sabor
duma corrente,
reparo
que
o nascer duma loucura
me faz
lembrar
valsas de embalar...
Derrotada,
deliciada,
embalo-me
com
sede
de roçar
a verdadeira loucura
que
torneando
voraz
apresenta-se
capaz
de devorar
contas de marfim.
Pausa,
por fim!
A causa?
Impossível
ter fim...

MORTE OU UM NÓ DESTRANCADO

Que bom
que
é chegar
ao
fim
e
apaixonar-se
por um jardim...
Aconchegar
o
som
do pensamento,
suavizar
o momento.
Esticar os dedos
e
colher
a
motivação.
Suspender
o
regalo
de
sensações
vazias!
Pensar
e
amar!
Sómente
acreditar
no
rasgar
dos sentimentos.
Desocupar
lugares que
boiam
no vazio,
tapar
a
válvula
para
que
não sugue mais...
Desdobrar
para

da imaginação
o
porquê do sentido!
E
como peso sem medida,
subir
no
meu
pé leve...
Ao
de leve
imaginar
que te tenho...
Ditar-te
o mote
com
que vou
encher
o pote.
Que
a terra se espalhe por fim
e
que
o pó caia sobre mim!

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mariamega2001gmail.com

1001 BEIJINHOS

Tudo começou
com
uma
pequena brincadeira
de
caminhos,
onde
a fantasia existia
e
preenchia
o
teu
espaço de menino...
Sonhos
do além
que
te espalhava
com aplausos
de
percursão vadia.
Capítulos profundos
com mistura
de
raciocínio
que
se
fundiam
em divagações.
Sorrias por mais...
Por
mais alegrias
de
quem
transportou
no dia
comoções
em
demasia
e
te deram
a fortuna
de
construíres
uma
capa
de sabedoria.
Tanta tralha
sem calha
que falha.
Que acha
tão
dura
de trilhar.
Momentos
de
pausa
com
ou sem
causa?!



DESEJOS

Como
eu gostava
de
ter
uma
saboneteira
de prata...
Caricata,
lavada
e gasta.
Onde
um só basta,
entorna
e
amorna
o
lavar
das minhas mãos.
Brilho reflexo,
matreiro
e
sorrateiro
de
quem
necessita
dum canteiro...

VADIAGEM CÍCLICA

Lambe-me
língua vadia
sem
escrúpulos
mas
digna.
Aperta-me
o
estímulo
e
provoca-me
desatinos
que
um dia provei
longe
dos olhos fatigados,
mastigados
que
rasgados
pediam
clemência
Língua vadia
pergunto-me
um dia
onde
fica mesmo
o
sítio
que
brilha
dentro
dum copo de magia...

REDE DE LUA

Rede de lua
estampada
no teu corpo
que delinea
o teu rosto
composto
dum
gosto tardio
e
vadio
de perfume
que agonia
o simplificar
do
olhar
que
dum trago
esvazia
a vasilha
que
prende
a
ponta
do fio
duma rede fixa
que atira
a caracteristica
elementar
da saudade que
um dia encontrei
nos
teus braços.
Rede minha
essa
sim de lua
profunda
espaçosa
e
vagarosa
que
ousa entrar
no
meu caminho...
Sensações calorosas
que
me dão arrepios
e
me provocam
partilhas sentidas
de
quem esgota
as gotas
que
implicam
com a situação definida
de réstea finas
que
esborratam
o findar
de
cada uma
das tuas fases..
Recolher
por fim o abraço que
prende
a minha teia
com que moldei e soltei
esta rede.
Espandir o ir,
sorrir
ao que vai vir,
pois

a subir
e a
sorrir
conseguirei
produzir redes
sem
poisar na tua sede
que
ficou
presa
em redes
puxadas por gruas
que
me
põem na lua!

INICIO DE VIAGEM

A hora
da decisão
caminha
velozmente,
subitamente
oferece-me
um copo de ilusões...
Permitem-se
intervenções,
safa-se
a recente
aquisição
de transacções,
ferve
como um vulcão
em erupção.
As veias
enchem-se
de gotas
de perfuração
que rebentam
em partículas
de invenção sofrega...
Esfrego a lâmpada...
Respostas
sem costas
assomam
nas ameias
dum sufrágio
que escapa
do naufrágio de prelúdios.
Interlúdios,
dia,
noite...
Será assim?
Será tão assim?!
Que pelintrisse
que pedinchisse,
do disse
que não disse...
Ruptura
que deseja
sutura,
sem reverso
de cultura.
Rompem-se
costuras,
as costas surgem
enfim
dilaceradas,
pregadas em linhas
de companhias
que condizem
e se dirigem
para
o ruído
que me suaviza...
Disse,
ou
não disse.
Ouviste!!!

O HOMEM DAS INSÓNIAS PASSOU E CONTOU-ME UMA HISTÓRIA

Cantava,
tocava
e seduzia...
Seu corpo
bamboleava
tornando
o samba
que embalava
sem tampa!
Seu brilho
filtrava
a raíz
dum berloque.
És escroque?!
Mais tarde
dou-te
um toque...

SABER ESCREVER

Agora
escrevo
mais tarde,
onde
a hora
demora
e
a
goma
descola...
Agora
escrevo
sem
hora
e
não
imploro
por compaixão...
Agora
escrevo
sem
norte,
mas
com sorte
de
quem
apetece...
Agora
escrevo
porque quero
que
assim
seja
e
que esteja satisfeita
porque
juntei
a
hora,
e
jurei
não mais
andar à nora.
E
por
fim
escrevo mesmo
porque sim
larguei
o arresto...


Comentários
mariamega2001@gmail.com

VINCENT IN NY

Por baixo
dos carris,
vive o Vincent.
Ainda pensa
ainda mexe
ainda clama
e
espanta
a comunidade.
Transporta
a
saudade
que
a face tosca
lhe obriga
a esconder
o filme duma vida,
que nem
em filme
ele ousa viver...
Que explicação
existirá
para responder
a hesitações
de figuras explosivas
que insistem
em luzes tardias.
Sorte
a dos filmes
produzidos sobre carris.
Relinchos de sopros
de confrontos sonantes
e petrificantes,
vorazes de curvas
que derrotam
tira-linhas.
Risca o mapa,
risca do mapa
a capa
cheia
de nata
que sulca
o sabor da tua boca.
Aproveita
torce
e foge,
deixa esse caminho,
penetra por debaixo,
levanta o espanto
alcança sem descanso
o vagão
que transporta
o supremo
da diversão...

REJEIÇÃO

Se a rejeição falasse...
Dar-te-ia
a comoção
que encontrei agonizante,
numa estação
de barcos a vapor...
Rio abaixo,
direita ao agonio
passei sem olhar
e encontrei no tropeço
o meu sofrimento.
Saudei-lhe um cumprimento,
entupi o momento
cuspi moldes
montei
peturbações
e
lembrei-me
que ainda
tinha espetado
um cheiro
daquela rejeição,
que me fazia franzina...
Tina
que tinha
tinta
que
era
bonita,
escreve assim
como eu gosto
tudo
numa

linha!

PENSAMENTOS NOCTURNOS

A música é negra
toque de ritmo vermelho
com saber de cigana...
Deita as cartas menina,
tira a sorte,
guarda o teu porte
suporta o timbre.
Dança
e mexe o ventre,
sente,
prende o som
que solta o teu engodo.
Mistura fugas
de acordes
que permitem
o deambolar
de notas perdidas.
Endofinas,
morfinas
e bebidas sem medidas
que esvaziam
pautas plantadas em quinas,
saídas
de rebuços
que aquecem
suavemente
a minha mente,
crente,
pendente,
sobre uma salva
que um dia
transportou arritmias
dum bater
dum coração
onde por fim,
estabilizou o sofrimento
relatado
num rosto
deslavado
dum soldado mulato.

12 de julho de 2010

1 de julho de 2010

2001 ODISSEIA NO ESPAÇO


Loucuras dispersas
que caem em roldão.
Odisseias de macacos
selvagens,
irritantes,
desesperantes.
O espaço
acaba
transforma-se
em bolhas de sabão.
Transportam
pragas
e chagas petulantes...
Escavadoras
fugidias
assomam
risonhas
e despreocupadas.
Uma massa
bruta
de neurónios
fundidos,
derretem a lava.
Escorrem
escorregam...
Amarfanho
ilusões
profanações.
Dedilho
constelações,
simplifico diagramas
e a dimensão
modifica-se
como
se explorasse
movimentos consumados.
O sangue
espirra,
o ardor
de atingir
sombras tranquilas
acontece.
O arrasto
de sagas
ilude
a transposição
de perfis transparentes.
Sulca
o declínio
alarmante
duma simples arrogância
onde
a ganância
seduz
e a audácia
produz.
Presumo
e
assumo
que
me apetece
voar
como os macacos.
Voltei ao meu natural...