9 de outubro de 2010

COISAS DE FLORESTAS

As folhas
batiam surdas,
comichavam entre si,
o espalhafato nocturno
beliscava
o cheiro vadio
de clareiras vagabundas.
As fogueiras
saltavam dunas de pedra estagnada,
onde um dia
se me petrificou
o rugido de leoa.
É preciso saltar,
beber um trago
do sumo arejado
que bate
para lá da fortaleza...
Apetece-me levar-te,
apetece-me levar-me,
retratar o fresco quente
que me passas
ao toque
da tua semente,
que ainda perdura
e me permite a ternura
de te afagar
com jeito de paixão...
Aprecio-te!
O teu correr,
o teu viver,
o teu pedir para que te ame...
O jogo
finge que é tarde,
a escolha badala o arrefecimento
pendente
no teu rosto sem tempo...
Sinto
que o tempo
sem tempo existe,
que embala o milagre perdido
em noites alegres
desertas do teu brilho,
do cair da tua folha...

Sem comentários:

Enviar um comentário