Pietro Salva
RI DE RIR
Um monte de pedra
rasga a parede duma saleta,
como picada de vespa listada
orelhuda e esbugalhada.
Temos lareira rapaziada.
Lentamente saltam da paleta
efémeros coloridos enxofrados,
reflectem-se na flanela cinza zebrada
onde já chanfrada a malta se ri de rir.
Temos lareira rapaziada.
Nada se pedia
sonhar bastava e acontecia,
enquanto ardia ficávamos
alimentávamos com o que havia.
Ainda temos lareira rapaziada.
Noite após noite era assim
sempre à beira do rir,
na berra de chegar lá
deixando tudo fluir.
Não a deixem apagar rapaziada.
Achas levávamos sempre
para usufruir do ir,
durou, durou durou
sempre a partir.
Por fim se apagou.
Enquanto durou foi!
Agora que tudo terminou estranho ficou,
sem desistir da juventude eterna
continuo,
de lareira não preciso,
só de buscar em mim.
Pietro Salva
3 de setembro de 2009
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